POLICIA FEDERAL LACRA POÇOS GRILL POR SUPOSTO TRABALHO ESCRAVO E LAVAGEM DE DINHEIRO

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A Polícia Federal acaba de lacrar a churrascaria Poços Grill, localizada na avenida João Pinheiro, um dos endereços mais luxuosos da cidade. O fechamento do restaurante se deve à operação Canaã – a colheita final, que apura os crimes de trabalho escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Os agentes apreenderam documentos e a gerente e alguns funcionários foram levados para o Ministério do Trabalho para prestar depoimento. Em seguida a gerente foi levada para sede da Polícia Federal em Varginha

Os crimes teriam sido cometidos por líderes de uma seita religiosa, que são proprietários da churrascaria. A operação ainda está em curso não só em Poços, como em Pouso Alegre e em outros estados onde o grupo mantém empreendimentos. Estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 17 mandados de interdição de estabelecimento comercial e 42 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 4ª Vara Federal em Belo Horizonte/MG. Participam da operação, 220 policiais federais e 55 auditores fiscais do Ministério do Trabalho nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

Modus operandi

A investigação aponta que dirigentes da seita religiosa teriam aliciado pessoas em sua igreja em São Paulo/Capital, convencendo-as a doarem todos os seus bens para as associações controladas pela organização criminosa. Para tanto, teriam se utilizado de doutrina psicológica, sob o argumento de convivência em comunidades, onde todos os bens móveis e imóveis seriam compartilhados. Depois de devidamente doutrinados, os fiéis teriam sido levados para zonas rurais e urbanas em Minas Gerais (Contagem, Betim, Andrelândia, Minduri, Madre de Deus, São Vicente de Minas, Pouso Alegre e Poços de Caldas), na Bahia (Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra) e em São Paulo (Capital); onde teriam sido submetidos a extensas jornadas de trabalho, sem nenhuma remuneração, trabalhando em lavouras e em estabelecimentos comerciais dos mais variados tipos, como oficinas mecânicas, postos de gasolina, pastelarias, confecções etc.

Por meio da apropriação do patrimônio dos fiéis e do desempenho de atividades comerciais sem o pagamento da mão-de-obra, a seita teria acumulado significativo patrimônio, contando com casas, fazendas e veículos de luxo. Atualmente, o grupo estaria expandindo seus empreendimentos para o estado do Tocantins, baseados na exploração ilegal.

Canaã

A investigação teve início em 2011, quando a seita estava migrando de São Paulo para Minas Gerais. Em 2013, foi deflagrada a “Operação Canaã”, com inspeções em propriedades rurais e em algumas empresas urbanas. Em 2015, foi desencadeada sua segunda fase: “De volta para Canaã”, quando foram presos temporariamente cinco dos líderes da seita.

A deflagração de hoje – Canaã, a colheita final – representa a terceira fase da Operação, com a prisão preventiva de 22 líderes da seita, que poderão cumprir até 42 anos de prisão, se condenados. O nome da operação é uma referência bíblica à terra prometida.

Fonte: Poços.com

 

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