Andradas precisa de sede própria para a câmara de vereadores?

Uma dúvida tem ganhado destaque nos últimos tempos: construir ou não um prédio próprio para o Legislativo de Andradas. Enquanto o Executivo é contra a idéia, o Legislativo defende a sua realização. Para ouvir a opinião da população, a Prefeitura de Andradas lançou um questionário on-line sobre quais áreas devem receber mais investimentos no município nos próximos quatro anos.

Vale ressaltar que municípios menores, como Ibitiúra de Minas, Caldas, Santa Rita de Caldas e Santo Antônio do Jardim, já possuem sede própria para o Legislativo. Em Andradas, no entanto, a Câmara funciona em um imóvel alugado, o que gera gastos anuais e impõe limitações estruturais.
A construção de um prédio próprio poderia representar mais autonomia, melhor organização administrativa e valorização do patrimônio público, além de liberar, no futuro, recursos hoje destinados ao aluguel.

Por que Andradas precisa de uma sede própria para o Legislativo?

Especialistas em gestão pública defendem que a construção de uma sede para a Câmara não é apenas uma questão de conforto para os vereadores, mas sim um investimento estratégico.
Uma estrutura adequada permitiria receber a população com mais dignidade, oferecer melhores condições de trabalho aos servidores e abrigar eventos, audiências públicas e reuniões de interesse comunitário.
Com um espaço planejado, seria possível concentrar serviços, facilitar o acesso à informação e criar um marco físico que simbolize o poder legislativo municipal. Além disso, a economia gerada pela eliminação do aluguel poderia ser revertida para ações em áreas prioritárias.

Valores do aluguel
Atualmente, a Câmara paga um aluguel mensal de R$ 9.560,00, o que corresponde a R$ 114.720,00 por ano. Considerando que o imóvel é alugado desde 2012 — embora o valor na época fosse menor —, estima-se que já tenham sido pagos aproximadamente R$ 1.491.360,00 nesse período. Esse montante continuará sendo desembolsado nos próximos anos, caso a situação permaneça inalterada.

Ter ou não ter sede própria? Eis a questão.

Manifesto da Prefeitura sobre o aumento do repasse à Câmara

Um dos temas que gerou maior mobilização foi a proposta da Câmara Municipal de Andradas para ampliar o valor do duodécimo — recurso anual transferido pela Prefeitura ao Legislativo — de R$ 3,2 milhões para R$ 7,6 milhões.
A justificativa apresentada pela Câmara, em ofício enviado ao Executivo, foi justamente a construção de uma sede própria. Porém, a proposta foi rejeitada por 92,5% dos participantes da consulta pública, que demonstraram preocupação com a retirada de recursos de áreas essenciais, como saúde, educação e transporte.

Quando questionados sobre quais áreas deveriam sofrer redução de investimentos caso o aumento do repasse fosse mantido nos próximos quatro anos, a partir de 2026, 47% indicaram a Administração como a mais impactada, seguida por Cultura e Esportes (17%) e Saúde (10,4%).

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Elias Batista
Jornalista - MTB 18516/MG. Pós Graduado em Comunicação Empresarial e marketing. Autor do melhor livro de Vinhos do Brasil: Vinho & Política. Locutor e fundador do Grupo Studio46. Ex-diretor artístico da Band FM e Vinícola AM. Editor Chefe da Revista Andradas. Analista Político.
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