A secretária do Ministério da Saúde que defende uso da cloroquina depõe à CPI da Covid nesta terça-feira. A CPI da Covid ouvirá nesta terça-feira (25) a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que difundiu o uso da cloroquina contra a Covid, remédio cientificamente comprovado ineficaz contra a doença. Mayra Pinheiro será a nona pessoa a prestar depoimento à CPI. A secretária será ouvida na condição de testemunha, se comprometendo a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho.
A médica cearense fez seu discurso inicial na CPI. “Vejo este depoimento para esclarecer a verdade para os senhores…em dezembro de 2020 lançamos o programa saúde com a gente, visando capacitar os agentes de saúde… No final de 2020 recebi a missão de visitar Manaus, no contexto de sofrimento e precariedade, tive a honra de participar da missão de salvar vidas… estamos diante de uma doença grave. Cada vida é única, lutamos com as evidencia que conquistamos a cada dia.” Disse Mayra Pinheiro
Chamada nas redes sociais de “Capitã Cloroquina”, Mayra Pinheiro é considerada peça-chave para elucidar como o governo propagou e distribuiu remédios sem eficácia durante a pandemia. Um dos objetivos da comissão é identificar as digitais dos responsáveis no Executivo por comprar, distribuir e estimular o uso de cloroquina.
OMS sobre a cloroquina
O relatório da OMS aponta que a cloroquina “provavelmente aumentou os eventos adversos”, o que levaram à descontinuação do uso desse medicamento nos tratamentos contra a Covid-19.
O documento produzido a partir do debate apontou ainda que a “hidroxicloroquina é um imunomodulador usado para tratar a artrite reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico” e que políticas públicas voltadas para o tratamento de outras doenças por meio de cloroquina podem trazer dificuldades para quem precisa do medicamento para tratar outras doenças, para as quais ele é realmente eficaz.
A CPI da COVID
A CPI da Covid investiga não só ações e omissões do governo federal e o colapso da saúde no Amazonas, mas possíveis irregularidades, fraudes e superfaturamentos em contratos e serviços feitos com recursos originados da União e enviados a estados e municípios. Esse último foco de atuação dos parlamentares gerou longos debates jurídicos e políticos, visto que o artigo 146 do Regimento Interno do Senado não admite comissões parlamentares de inquéritos (CPIs) sobre matérias pertinentes aos estados.