Conforto, privacidade, luxo e riqueza são alguns dos conceitos que vêm à mente quando falamos da aviação de negócios. Hoje, porém, esse cenário mudou. As aeronaves, objeto de desejo para muitos e realidade para poucos, tem se tornando cada vez mais uma necessidade para empresas e empresários que necessitam de deslocamento rápido.
Aeronaves mais simples também oferecem a facilidade de pousar e decolar em pistas. Na prática, é a aviação de negócios que leva empresários e investidores a localidades não atendidas pelas linhas aéreas comerciais. O Brasil conta com 580 aeroportos. Desses, só 142 são atendidos pelas companhias aéreas. Já o número de aeródromos, que inclui pistas públicas e privadas, passa de 2,5 mil. Na região temos Poços de Caldas, São João e Pouso Alegre com seus aeroportos.
Apesar da pandemia de COVID-19, a expectativa ainda é de crescimento neste setor. Um estudo recente da Jetcraft, empresa que atua no segmento de aeronaves usadas, estima um mercado de quase 50 bilhões de dólares para jatos executivos usados até 2024. De acordo com a empresa, a redução na atividade de vôos comerciais oferece uma oportunidade real para o setor expandir ainda mais sua base de clientes e garantir prosperidade a longo prazo, e a aviação de negócios já começou a se recuperar.
Um monomotor sanjoanense chega em 2021
No último mês de janeiro, a Octans Aircraft, empresa do ramo de aeronaves certificadas com matriz localizada em São João da Boa Vista-SP, deu início a terceira fase de ensaios em vôo do Cygnus, avião que vem sendo desenvolvido pela empresa, e que tem espaço para cinco ocupantes, autonomia de seis horas de vôo e alcance de 1.780 km.
A Octans Aircraft já recebeu a autorização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para os vôos de longo alcance, uma vez que concluiu com sucesso as outras duas fases de ensaios: fase 1, que são os primeiros vôos de testes após a finalização de sua fabricação e fase 2, avaliação da aeronave em perímetro regional, com rotas curtas e próximas à base.
Estamos muito contentes com a performance da aeronave e com os resultados obtidos nos ensaios. Agora, avançamos rumo à certificação”, disse o CEO, Milton Roberto Pereira.
O processo de certificação da aeronave deve começar já no primeiro semestre, assim como o início da produção seriada, com entregas previstas para o segundo semestre de 2021. A empresa já está aceitando reservas.
Quanto custa um avião?
O preço de uma aeronave varia conforme o ano de fabricação, a quantidade de horas de vôo e a situação dos componentes. Além do preço da aeronave, é preciso levar em conta os gastos para mantê-la.
Em consultas com especialistas, é possível comprar um monomotor a partir de R$ 300 mil. Eles são mais recomendados para deslocamentos curtos e médios durante o dia e em condições meteorológicas favoráveis. Bimotores, por sua vez, são encontrados por valores a partir de R$ 500 mil, e são recomendados para deslocamentos médios e longos, operações noturnas e viagens em condições meteorológicas adversas. Jatos custam mais caro, com valores a partir de US$ 1,25 milhão. Todos os valores citados se referem a aeronaves usadas. Como alternativa, alguns empresários tem optado pela compra compartilhada de aeronaves, o que permite a divisão de custos com sócios.
Reportagem de Fellipe Igor Teodoro
Revista Andradas
Esta matéria faz parte da edição 22 da Revista Andradas. A seguir os patrocinadores master da Revista Andradas.