Transferência de lixo nuclear para Caldas é rejeitada

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Aconteceu audiência pública para discutir o lixo radioativo em Caldas-MG. Autoridades do município e da região criticaram a INB (industrias Nucleares do Brasil) pela proposta de trazer mais lixo radioativo para região e por má gestão dos resíduos tóxicos na unidade local. Não à transferência de 1.179 toneladas de rejeito radioativo para a unidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Caldas (Sul de Minas). Este foi o apelo quase unânime na reunião que a Comissão de Administração Pública realizou para tratar dos impactos dessa ação, que atingiria toda a região, inclusive Andradas e Poços de Caldas.

Vários participantes do debate lamentaram a ausência de representante da INB na audiência pública desta terça-feira (21/9/21), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). E criticaram a empresa por descumprir medidas acertadas com autoridades no sentido de melhorar o armazenamento de resíduos nucleares já existentes no local e de promover o descomissionamento da barragem em Caldas.

O prefeito de caldas, Ailton Goulart, afirmou que essa luta contra o lixo atômico deixou de ser local e passou a ser estadual. “Não somos obrigados a receber lixo de outro estado”, declarou. Frisando que Caldas é uma cidade turística, concluiu que a vinda do material radioativo colocaria uma “pá de cal” no projeto turístico do município.

Também condenaram a vinda de rejeito nuclear para a região os prefeitos das cidades de Caldas, Andradas, Santa Rita de Caldas, Ibitiúra de Minas e Ipuiúna, todas no Sul de Minas.

Vereadores da região também protestaram. A vereadora Regina Cioffi, de Poços de Caldas (Sul), destacou que o problema na INB de Caldas afeta também o seu município. Ela disse que os resíduos da barragem de rejeitos estariam contaminando cursos d’água em Poços. E lembrou que Itamar Franco, quando era governador, baixou um decreto proibindo a entrada de rejeito nuclear em Minas e, segundo ela, a medida não foi revogada.

INB Caldas

“Presente de grego” – Outros deputados também se posicionaram contra a transferência do lixo atômico. O deputado Duarte Bechir (PSD) disse que os mineiros não aceitam esse “presente de grego” vindo de São Paulo. “Precisamos trazer, sim, é mais emprego e renda para nossos municípios”, defendeu.

O deputado Professor Cleiton (PSB) revelou sua indignação diante dessa proposta que pretende aumentar ainda mais a quantidade de rejeitos no Sul de Minas. “Quem analisa a situação de Caldas vê que pode acontecer não o que houve em Goiânia, com o césio 137, mas uma nova Chernobyl”, alertou, em referência a dois acidentes nucleares ocorridos nos anos 1980.

Já o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) lembrou que esse assunto já vem sendo discutido pela ALMG há mais tempo, por meio de audiências e visitas. “Mas agora precisamos de uma solução para tranquilizar o povo da região, por meio da construção de uma legislação robusta sobre esse tema”, propôs.

O problema

A unidade desativada das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caldas (MG), poderá receber mais resíduos radioativos. Cerca de 1 mil toneladas de materiais e equipamentos radioativos que atualmente estão armazenados em uma unidade desativada da empresa em Interlagos, São Paulo, poderá ser removida para a unidade do Sul de Minas.

Com informações de g1 e Assembléia de Minas

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