A Revolução de 1932 foi intensa e houve luta entre Minas Gerais e São Paulo, ao final São Paulo se rendeu. No documentário a seguir feito pela UNIFAE de São João da Boa Vista-SP, mostra como foi a luta na divisa do estado, onde a soldado Maria Sguassabia (Soldado Mario) entrou na guerra para combater pelos paulistas, a locução do vídeo é de um mineiro, o andradense Elias C. Batista. Relembre como foi a revolução de 32.
A guerra foi violenta e a superioridade mineira era grande. “Em 4 dias enfrentamos 10 combates violentos. Assisti a morte de muitos companheiros. Vi-os sair carregados em padiolas, desertar, vi homens chorando, vi o diabo. E antes de entrar em Grama, recebemos ordens de rumar para Campinas. Não havia mais nada a fazer na região.” — Depoimento de Maria Sguassábia para a revista Manchete, 1957.
Feriado de 9 de julho
Minas ganhou a guerra, mas perdeu o feriado. O feriado comemora o aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932, movimento armado que demandava a elaboração de uma nova Assembleia Constituinte durante o Governo Provisório de Getúlio Varga
Maria Sguassábia
Maria Stela Rosa Sguassábia (Araraquara, 12 de março de 1889 — São João da Boa Vista, 14 de março de 1973), mais conhecida como Maria Sguassábia, foi uma professora brasileira. Tornou-se notória por sua atuação na Revolução Constitucionalista de 1932, tendo sido uma dentre as mulheres que atuaram no front como soldado, a exemplo de Nhá Chica e Maria José Bezerra.
A revolução de 32
O levante armado começou de fato em 9 de julho de 1932, precipitado pela revolta popular após a morte de quatro jovens por tropas getulistas, em 23 de maio de 1932, durante um protesto contra o Governo Federal. Após a morte desses jovens, foi organizado um movimento clandestino denominado MMDC (iniciais dos nomes dos quatro jovens mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo), que começou a conspirar contra o governo provisório de Vargas, articulando junto com outros movimentos políticos uma revolta substancial. Houve também uma quinta vítima, Orlando de Oliveira Alvarenga, que também foi baleado naquele dia no mesmo local, mas morreu meses depois. Nos meses precedentes ao movimento, o ressentimento contra o presidente ganhava força indicando uma possível revolta armada e o governo provisório passou a especular a hipótese de o objetivo dos revoltosos ser a secessão de São Paulo do Brasil. No entanto, o argumento separatista jamais foi comprovado fidedigno, porém, ainda assim, esse argumento foi utilizado na propaganda do governo provisório ao longo do conflito para instigar a opinião pública do restante do país contra os paulistas, obter voluntários na ofensiva contra as tropas constitucionalistas e ganhar aliados políticos nos demais estados contra o movimento de São Paulo.[10]
Revolução Constitucionalista de 1932, também conhecida como Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no estado de São Paulo, entre julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.[4] O golpe de estado decorrente da Revolução de 1930 derrubou o então presidente da república, Washington Luís; impediu a posse do seu sucessor eleito nas eleições de março de 1930, Júlio Prestes; depôs a maioria dos presidentes estaduais (atualmente se denominam governadores); fechou o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais; e, por fim, cassou a Constituição de 1891, até então vigente. Getúlio Vargas, candidato derrotado nas eleições presidenciais de 1930 e um dos líderes desse movimento revolucionário, veio a assumir a presidência do governo provisório nacional em novembro de 1930 com amplos poderes, colocando fim ao período denominado República Velha, porém, sob a promessa de convocação de novas eleições e a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte para a promulgação de uma nova Constituição.[5] Contudo, nos anos subsequentes, essa expectativa deu lugar a um sentimento de frustração, dado a indefinição quanto ao cumprimento dessas promessas e acumulado ao ressentimento contra o governo provisório, principalmente no estado de São Paulo, com o fato de Getúlio Vargas governar de forma discricionária por meio de decretos, sem respaldo de uma Constituição e de um Poder Legislativo. Essa situação também fez diminuir a autonomia que os estados brasileiros gozavam durante a vigência da Constituição de 1891, pois os interventores indicados por Vargas, em sua maioria tenentes, não correspondiam aos interesses dos grupos políticos locais e frequentemente entravam em atritos. Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas.
MMDC
O levante começou de fato em 9 de julho de 1932 e foi precipitado após a morte de quatro jovens por tropas getulistas em 23 de maio de 1932 durante um protesto contra o Governo Federal. Após a morte desses jovens, foi organizado um movimento clandestino denominado MMDC(iniciais dos nomes dos quatro jovens mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) que começou a conspirar contra o governo provisório de Getúlio Vargas, articulando junto com outros movimentos políticos uma revolta substancial. Houve também uma quinta vítima, Orlando de Oliveira Alvarenga, que também foi baleado naquele dia no mesmo local, mas veio a falecer meses depois. Nos meses precedentes ao movimento, o ressentimento contra o presidente Getúlio Vargas ganhava força indicando uma possível revolta armada e o governo provisório passou a especular a hipótese de o objetivo dos revoltosos ser a secessão de São Paulo do Brasil. No entanto, o argumento separatista jamais foi comprovado fidedigno, porém, ainda assim esse argumento foi utilizado na propaganda do governo provisório ao longo do conflito para instigar a opinião pública do restante do país contra os paulistas, obter voluntários na ofensiva contra as tropas constitucionalistas e ganhar aliados políticos nos demais Estados contra o movimento de São Paulo.[9]
São Paulo
Quando o Estado de São Paulo precipitou a revolta contra o governo provisório de Vargas, seus lideres tinham a expectativa da automática adesão de outros Estados Brasileiros, dada a solidariedade manifestada por parte das elites políticas dos Estados de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e do então Mato Grosso. Assim, os políticos de São Paulo esperavam apenas um breve conflito militar com uma rápida marcha para o Rio de Janeiro, até então a capital do país, para depor Getúlio Vargas. Logo, os revoltosos não organizaram um sistema defensivo em suas fronteiras contra possíveis ofensivas militares dos Estados vizinhos. No entanto, a solidariedade daqueles Estados não se traduziu em apoio efetivo, e, com a espera por parte dos paulistas pelos apoios supostamente prometidos, Getúlio Vargas teve tempo de articular uma reação militar de modo a sufocar a revolução ainda nos seus estágios iniciais, obrigando o Estado de São Paulo a ter de improvisar em pouco tempo um amplo sistema militar defensivo em suas fronteiras contra a ofensiva de tropas de todos os Estados brasileiros, com a exceção do Mato Grosso que se tornou o único Estado aliado dos paulistas. Após quase três meses de intensos combates nos quatro cantos do Estado, o conflito foi encerrado em 2 de outubro de 1932 com a rendição do Exército Constitucionalista.
Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do Estado de São Paulo e feriado Estadual. Os paulistas consideram a Revolução Constitucionalista como sendo o maior movimento cívico de sua história. A lei 12.430, de 20 de junho de 2011, inscreveu os nomes de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo heróis paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932, no Livro dos Heróis da Pátria.[12] No total, foram 87 dias de combates (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 – sendo os últimos dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.[13] Apesar da derrota militar do movimento, algumas de suas principais reivindicações foram obtidas posteriormente, por exemplo, com a nomeação de um interventor civil e paulista, a convocação de uma Assembleia Constituinte e a promulgação de uma nova Constituição em 1934. No entanto, essa Constituição teve curta duração, pois em 1937 Getúlio Vargas fechou o Congresso Nacional, cassou a Constituição vigente e outorgou uma nova Constituição, justificando tais medidas a um suposto extremismo de movimentos políticos da época. Assim, a partir de então, foi estabelecido o regime ditatorial conhecido como Estado Novo que perdurou até 1945, ano em que Vargas foi deposto por um grupo militar composto por generais antigos aliados.
Rota da Revolução de 32
Projeto de lei apresentado à Assembleia Legislativa, pelo deputado Dalmo Ribeiro, declara a Rota Turística da Revolução de 1932, no município de Jacutinga, Sul de Minas, como patrimônio cultural do Estado. A proposta (PL 1.108/19) tem o objetivo de reconhecer e preservar essa importante parte da história brasileira, palco daquela que foi considerada a maior revolta armada ocorrida no Brasil no século 20.
Aguas da Prata
Em Águas da Prata, na divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais, as marcas do confronto viraram atração turística. O roteiro “caminhos da revolução de 32” passa pelas trincheiras de pedra construídas pelos soldados. São pelo menos oito espalhadas pelos morros da Serra da Mantiqueira.
fonte: G1, Wikpedia, Portal de cidades.