Reforma política reforma política prevê fim de pequenos partidos. O Poder Legislativo deu mais um passo em direção à reforma. Na última terça-feira (5), a Câmara aprovou em primeiro turno o texto base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/2016, que altera as regras para a campanha de 2018. A matéria acaba com as coligações nas eleições proporcionais e estabelece cláusulas de desempenho para que os partidos tenham acesso ao dinheiro do fundo partidário e ao tempo de rádio e TV.
Como é o Distritão?
Novas regras
A proposta aprovada na Câmara acaba com as coligações partidárias para a escolha de deputados estaduais e federais. A proposta que saiu do Senado no ano passado previa essa mudança apenas para 2020. Mas os deputados anteciparam para 2018 o fim das coligações nas eleições proporcionais.
A PEC 282/2016 também cria regras de desempenho para que os partidos políticos tenham acesso ao dinheiro do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na TV. Só terão direito as legendas que obtiverem 3% dos votos válidos nas eleições para a Câmara. Eles precisam estar distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas.
O relatório da deputada Shéridan (PSDB-RR) prevê uma alternativa, caso os partidos não obtenham esse desempenho: assegurar pelo menos 15 quinze deputados, distribuídos em um terço das unidades da Federação. Caso nenhuma das regras seja respeitada, as legendas perdem o dinheiro do fundo partidário e o tempo de rádio e TV.
Esses critérios valem apenas a partir das eleições de 2030. Até lá, haverá regras de transição. Para as eleições de 2018, a PEC exige dos partidos 1,5% dos votos válidos ou a eleição de pelo menos 9 deputados na Câmara. Para 2022, 2% dos votos válidos ou 11 deputados. Para 2026, 2,5% dos votos ou 13 deputados.
A intenção da proposta é reduzir o número de partidos. Mas as siglas que não alcançarem a cláusula de barreira – e tenham afinidade ideológica – podem se unir em federações. Se, juntas, alcançarem os critérios de desempenho, as legendas garantem o direito ao fundo e à propaganda no rádio e na TV.
Mas há uma condição: os partidos que integram a federação precisam ficar unidos por pelo menos quatro anos. Se uma sigla deixar o grupo antes disso, os repasses do fundo partidário são cancelados, assim como o acesso ao rádio e à TV.
Fidelidade partidária
O texto também prevê regras para a fidelidade partidária. Perde o cargo o detentor de mandato eletivo que se desfiliar do partido pelo qual foi eleito – inclusive vice e suplente. Mas há duas exceções: o político pode mudar de partido se for eleito por uma sigla que não atinja a cláusula de barreira ou se a legenda original apresentar “mudança substancial ou desvio reiterado do programa”.
O texto prevê ainda uma “janela” para a mudança de partido nas eleições de 2018, sem perda de mandato. O prazo é 2 de março, 30 dias antes da data limite para a filiação dos candidatos.
Reforma política prevê fim de pequenos partidos. Quais partidos tem mais de 9 deputados e ficariam fora da clausula de barreira?
PMDB | 61 | BALEIA ROSSI | Partido do Movimento Democrático Brasileiro |
PT | 58 | CARLOS ZARATTINI | Partido dos Trabalhadores |
PP | 45 | Arthur Lira | Bloco Parlamentar PP, PTdoB |
PSDB | 46 | RICARDO TRIPOLI | Partido da Social Democracia Brasileira |
PR | 38 | JOSÉ ROCHA | Partido da República |
PSD | 37 | MARCOS MONTES | Partido Social Democrático |
PSB | 36 | TEREZA CRISTINA | Partido Socialista Brasileiro |
DEM | 29 | EFRAIM FILHO | Democratas |
PTB | 17 | JAIR ARANTES | Bloco Parlamentar PTB, PROS, PSL, PRP |
PRB | 22 | CLEBER VERDE | Partido Republicano Brasileiro |
PDT | 21 | WEVERTON ROCHA | Partido Democrático Trabalhista |
PODE | 17 | RICARDO TEOBALDO | Podemos |
SD | 14 | AUREO | Solidariedade |
PCdoB | 12 | ALICE PORTUGAL | Partido Comunista do Brasil |
PSC | 10 | PROFESSOR VICTÓRIO GALLI | Partido Social Cristão |
PPS | 9 |
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